quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Terça tem teatro: Máquina de dar certo



SINOPSE
Pessoas trancadas em um cômodo são submetidas a uma série de estímulos sonoros e visuais para a espetacularização do condicionamento humano. Como nos experimentos de Frederic Skinner, elas são constantemente testadas: têm que executar as tarefas e coreografias determinadas por um comando cuja identidade é desconhecida.

SOBRE MÁQUINA DE DAR CERTO
Máquina de Dar Certo é o resultado artístico do processo que a Cia. Bruta de Arte iniciou em novembro de 2010 a partir do estudo sobre o Behaviorismo ou Comportamentalismo, corrente de ideias que mudou o foco da psicologia em meados do século XX. Como nos experimentos da caixa de Skinner - inspiração central do espetáculo -, os 10 atores, em cena a todo momento, são constantemente testados: têm que executar as tarefas e coreografias determinadas pelo comando.
O grupo levantou questões sobre as diferentes formas de interatividade, as regras comportamentais, o observado e o observador e o enclausuramento - abordagens recorrentes em seus últimos trabalhos: Cine Belvedere e El Truco - surgindo, então, o tema do Behaviorismo. O condicionamento para executar coreografias, a adequação às regras comportamentais e a possibilidade de pertencimento também surgiram como temas definitivos.
Aos poucos a estrutura de uma experiência ganhou recheio, aproximando-se dos experimentos de Frederic Skinner sobre o comportamento. Psicólogo precursor do chamado “behaviorismo radical”, Skinner criou a “máquina de ensinar”, espécie de aparelho de perguntas e respostas que, segundo ele, facilitaria a aprendizagem de alunos em escolas. Também popularizou as experiências com objetivo de “moldar” comportamentos em animais e até crianças. Utilizava reforços positivos e negativos como sons e luzes para alcançar essa finalidade.
Para o processo de criação, a “máquina de ensinar” se transformou na “máquina de dar certo”.O grupo utilizou-se de repetições exaustivas e testes de assimilação com estímulos sonoros e visuais. Os personagens surgiram na exploração do idiota que existe em cada um, dando espaço a um experimento em que pessoas tentam inserir-se em qualquer lugar. Essa exploração interior e a idéia de reconhecimento serviram como ponto de partida para a pesquisa. A
prisionados e constantemente vigiados, eles se submetem ao experimento, mas não sabem sequer quem é o comandante. A voz que os comanda vem de um lugar que nenhum deles alcança, é inatingível. O condicionamento, a adequação às regras e a possibilidade de pertencimento são temas centrais do espetáculo. Máquina de Dar Certo é um fragmento na vida desses personagens que se submetem a um invento espetacular com o intuito de se adequar, de serem reconhecidos e aceitos, de darem certo de alguma maneira.
Na elaboração do trabalho, o grupo buscou, além das referências científicas de Frederick Skinner, outros estímulos artísticos na música, dança, artes plásticas, teatro e cinema: as pinturas do artista plástico Jean Rustin, o espetáculo “Kontakhof”, de Pina Baush, alguns trabalhos do coreógrafo Jêrome Bell, “A Classe Morta”, de Tadeus Kantor, e o filme “Os Idiotas”, de Lars Von Trier.
Máquina de Dar Certo estreou em 31 de março de 2012 no Espaço Parlapatões, em São Paulo, onde cumpriu temporada até 16 de junho de 2012.

FICHA TÉCNICA

Direção: Roberto Audio
Atores: Ana Lúcia Felippe, Angela Ribeiro, Marba Goicochea, Paulo Maeda, Ricardo Socalschi, Teka Romualdo, Thammy Alonso, Tico Dias, Wanderley Salgado e Washington Calegari
Assistente de Direção: Paulo Maeda
Iluminação: Paulo Maeda e Mário Spatziani
Trilha Sonora: Cia. Bruta de Arte, Thammy Alonso e Diego Rodda
Música Original: Helder da Rocha
Figurinos: Angela Ribeiro e Melissa Campagnolli
Projeto Gráfico: Angela Ribeiro
Produção: Cia. Bruta de Arte

Apresentação única no dia 25/10, às 20h.
Itaú Cultural, Sala Itaú Cultural (piso térreo) 
Avenida Paulista, 149 - São Paulo/SP.


Entrada gratuita

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